As mais perigosas favelas do Rio serão ocupadas, no próximo dia 14, pelas forças de segurança. As comunidades de Manguinhos, Mandela, Jacarezinho e Varginha, na Zona Norte da cidade, são os principais redutos da maior facção do tráfico no estado. Foi dali que partiram os bandidos que, em 3 de julho deste ano, resgataram de dentro da 25ª DP (Engenho Novo) o traficante Diogo de Souza Feitosa, o DG. O criminoso é um dos chefes da venda de drogas na área. E, agora, será caçado pela polícia dentro de seu território.
O número de homens que participarão da ocupação não foi revelado. Desta vez, porém, é certo que a Polícia Civil participará da operação, ao contrário do que ocorreu na Rocinha, em São Conrado, no fim do ano passado, quando a favela foi ocupada em definitivo.
Uma reunião feita ontem entre representantes das duas polícias e membros da Marinha definiram quais as metas que serão estabelecidas durante a ocupação. Além de homens, a Marinha deverá fornecer também seus veículos blindados, a exemplo do que foi feito nos complexos do Alemão e da Penha e na Rocinha, em 2010 e no ano passado. As favelas foram ocupadas para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
De acordo com informações passadas pelos setores de inteligência das polícias Civil e Militar, os batalhões de Choque (BPChq) e de Operações Especiais (Bope) ficarão encarregados de ocupar permanentemente o Jacarezinho, depois de as favelas estarem dominadas.
Nas outras três comunidades, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Civil deverá ser a responsável por ocupar o território. A Core usará seus novos blindados durante a operação. Desde a meia-noite de hoje, toda a Polícia Civil está de prontidão para atuar naquela região, inclusive com helicópteros.
Inteligência e força contra armas e drogas
O papel da Polícia Civil será o de dar suporte à operação na parte da inteligência. Enquanto a PM vai usar a força para tomar a região, fechando as principais entradas das favelas - como as avenidas Dom Helder Câmara e Leopoldo Bulhões - agentes das delegacias estarão checando informações sobre esconderijos de traficantes, armas e drogas. Apenas a favela do Arará, em Benfica, não será ocupada. Um de seus acessos fica logo no início da Leopoldo Bulhões.
Os grandes objetivos da polícia serão prender, além de DG, os traficantes Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, Wallace Carlos da Conceição, o Churrasquinho, e David Moraes de Sá, o Davi Paraíba. Os três são, respectivamente, os bandidos de maior expressão nas comunidades de Manguinhos, Mandela e Varginha. No Jacarezinho, um homem conhecido como William estaria, segundo a polícia, controlando a venda de drogas na comunidade.
A ação da polícia vai procurar também fechar centrais clandestinas de TV a cabo e coibir a exploração de venda de gás e outras atividades ilícitas promovidas pelo tráfico dentro das comunidades.
OS FATOS
Resgate
DG estava dentro de uma cela da 25ª DP (Engenho Novo) quando foi resgatado por um grupo de dez bandidos armados. Depois de render policiais, eles arrombaram um cadeado e colocaram um fuzil na mão do comparsa. Na fuga, ainda trocaram tiros com dois policiais civis que estavam na rua.
Advogados
Dois advogados do traficante foram acusados de terem dado à quadrilha informações de onde DG estava na delegacia. A dupla acabou presa.
Mortes
Dias depois, a Polícia Civil invadiu Manguinhos e matou os traficantes Clayton Bernardes dos Santos, o 2B, e Fabinho do Pontilhão. Os dois eram acusados de ajudar o resgate de Diego.
Crack
As favelas do Jacarezinho e Manguinhos sempre foram considerados os maiores redutos de viciados em crack. Com frequência, a Secretaria municipal de Assistência Social faz ações na região para tentar conter o problema. Até os próprios traficantes teriam tentado impedir a venda da droga.
Esquina do medo entre comunidades
Em fevereiro de 2010, o EXTRA denunciou que na esquina da Avenida Dom Helder Câmara e dos Democráticos, quem mandava era o tráfico. A esquina liga a localidade da Feirinha, no Jacarezinho, a uma área conhecida como Coreia, na favela de Manguinhos. Ali, o direito de ir e vir era determinado pelo cano de pistolas e fuzis.
As situações assustadoras flagradas pelo EXTRA faz parte de uma rotina que o jornal acompanhou durante quatro madrugadas. Numa delas, na garupa de uma moto, um bandido aponta o fuzil para os motoristas, parados por causa da ordem de um jovem de 12 anos.
Após a série de reportagens, 43 mandados de prisãoforam expedidos pela Justiça. Dezessete bandidos foram presos e dois morreram em confrontos.
Colaborou
Carolina Heringer
O número de homens que participarão da ocupação não foi revelado. Desta vez, porém, é certo que a Polícia Civil participará da operação, ao contrário do que ocorreu na Rocinha, em São Conrado, no fim do ano passado, quando a favela foi ocupada em definitivo.
Uma reunião feita ontem entre representantes das duas polícias e membros da Marinha definiram quais as metas que serão estabelecidas durante a ocupação. Além de homens, a Marinha deverá fornecer também seus veículos blindados, a exemplo do que foi feito nos complexos do Alemão e da Penha e na Rocinha, em 2010 e no ano passado. As favelas foram ocupadas para a implantação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
De acordo com informações passadas pelos setores de inteligência das polícias Civil e Militar, os batalhões de Choque (BPChq) e de Operações Especiais (Bope) ficarão encarregados de ocupar permanentemente o Jacarezinho, depois de as favelas estarem dominadas.
Nas outras três comunidades, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Civil deverá ser a responsável por ocupar o território. A Core usará seus novos blindados durante a operação. Desde a meia-noite de hoje, toda a Polícia Civil está de prontidão para atuar naquela região, inclusive com helicópteros.
Inteligência e força contra armas e drogas
O papel da Polícia Civil será o de dar suporte à operação na parte da inteligência. Enquanto a PM vai usar a força para tomar a região, fechando as principais entradas das favelas - como as avenidas Dom Helder Câmara e Leopoldo Bulhões - agentes das delegacias estarão checando informações sobre esconderijos de traficantes, armas e drogas. Apenas a favela do Arará, em Benfica, não será ocupada. Um de seus acessos fica logo no início da Leopoldo Bulhões.
Os grandes objetivos da polícia serão prender, além de DG, os traficantes Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, Wallace Carlos da Conceição, o Churrasquinho, e David Moraes de Sá, o Davi Paraíba. Os três são, respectivamente, os bandidos de maior expressão nas comunidades de Manguinhos, Mandela e Varginha. No Jacarezinho, um homem conhecido como William estaria, segundo a polícia, controlando a venda de drogas na comunidade.
A ação da polícia vai procurar também fechar centrais clandestinas de TV a cabo e coibir a exploração de venda de gás e outras atividades ilícitas promovidas pelo tráfico dentro das comunidades.
OS FATOS
Resgate
DG estava dentro de uma cela da 25ª DP (Engenho Novo) quando foi resgatado por um grupo de dez bandidos armados. Depois de render policiais, eles arrombaram um cadeado e colocaram um fuzil na mão do comparsa. Na fuga, ainda trocaram tiros com dois policiais civis que estavam na rua.
Advogados
Dois advogados do traficante foram acusados de terem dado à quadrilha informações de onde DG estava na delegacia. A dupla acabou presa.
Mortes
Dias depois, a Polícia Civil invadiu Manguinhos e matou os traficantes Clayton Bernardes dos Santos, o 2B, e Fabinho do Pontilhão. Os dois eram acusados de ajudar o resgate de Diego.
Crack
As favelas do Jacarezinho e Manguinhos sempre foram considerados os maiores redutos de viciados em crack. Com frequência, a Secretaria municipal de Assistência Social faz ações na região para tentar conter o problema. Até os próprios traficantes teriam tentado impedir a venda da droga.
Esquina do medo entre comunidades
Em fevereiro de 2010, o EXTRA denunciou que na esquina da Avenida Dom Helder Câmara e dos Democráticos, quem mandava era o tráfico. A esquina liga a localidade da Feirinha, no Jacarezinho, a uma área conhecida como Coreia, na favela de Manguinhos. Ali, o direito de ir e vir era determinado pelo cano de pistolas e fuzis.
As situações assustadoras flagradas pelo EXTRA faz parte de uma rotina que o jornal acompanhou durante quatro madrugadas. Numa delas, na garupa de uma moto, um bandido aponta o fuzil para os motoristas, parados por causa da ordem de um jovem de 12 anos.
Após a série de reportagens, 43 mandados de prisãoforam expedidos pela Justiça. Dezessete bandidos foram presos e dois morreram em confrontos.
Colaborou
Carolina Heringer
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