Uma das maiores favelas da América Latina. A frase que qualifica a Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, é a mesma que aguça a curiosidade de turistas do mundo inteiro que procuram os serviços de moradores que trabalham como guias turísticos para conhecer melhor a comunidade. Além dos passeios com jipes, onde os visitantes sobem as ladeiras da comunidade dentro do veículo, e dos chamados "walk tours" - visitas a pé à comunidade -, roteiros que incluem até os mototáxis são procurados pelos turistas.
As visitas à Rocinha começaram antes mesmo da pacificação na comunidade, em novembro do ano passado. Mesmo sob a regência do tráfico de drogas, vários turistas se interessavam por visitar a favela e conhecer a realidade dos seus becos. Casado com uma americana, Rodrigo Gordon toca a "Carioca Free Culture". Ele e a esposa, Mary Ellen, são dois dos guias turísticos que atuam nas ruas e vielas da favela da Zona Sul. Por ano, eles atendem mais de 300 visitantes.
Morador do Vidigal e com família na Rocinha, Gordon conhece cada beco da comunidade. Ele mesmo já morou anos por lá. E por conhecer bem a favela, decidiu desenvolver com a esposa a ideia dos passeios a pé pela Rocinha. Antes, porém, ele já havia trabalhado para uma empresa guiando os passeios pela comunidade. "Nossa ideia é passar uma imagem diferente da Rocinha", explica Gordon, ressaltando que não costuma lotar grupos para subir a comunidade para tornar o passeio mais interessante.
“Há pouco tempo recebemos uma família alemã: pai, mãe e filho. Antes de subir a favela, o menino perguntou por que estava entrando na Rocinha se o guia de turismo diz para não entrarem na favela. Eu tive que mudar isso”, conta o guia.
O G1 acompanhou, na semana passada, um passeio com três estrangeiros (um australiano e duas norueguesas) pela comunidade. No roteiro, subida com mototáxi, belas paisagens, visita a casas de moradores e lajes. No final do passeio, uma parada em uma lanchonete perto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade.
Logo na chegada à comunidade, o grupo de estrangeiros embarcou em mototáxis estacionados em dos acessos à favela. Segundo Gordon, essa é uma das etapas do passeio que os turistas mais gostam. "Muitos já chegam perguntando se vão subir de moto", diz. Apesar de toda a vontade de alguns de subir as ladeiras da comunidade de mototáxi, a norueguesa Marte Skurdal não estava muito confortável. “Me pareceu perigoso", disse.
Ao chegarem ao topo da Rua 1, os turistas descem das motos. Um poste com um emaranhado de fios chama atenção. "Eles ficam impressionados", conta Gordon. Em seguida, os turistas são levados até a localidade conhecida como Laboriaux, onde há visão privilegiada da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Cristo Redentor e de outros pontos turísticos tradicionais do Rio. O local também é escolhido para uma roda de bate-papo entre o casal de guias e os turistas.
Rocinha e suas lajes
Após a conversa, os visitantes seguem para a casa do "seu" Francisco, de onde apreciam do alto de sua laje uma vista panôramica da Zona Sul do Rio. "Maravilhoso", exclama Silje Griunstad, ao avistar a Praia de São Conrado. A casa de Francisco é um dos pontos de visita obrigatórios no roteiro de Gordon."Quando construí essa casa não sabia que tanta gente ia gostar disso aqui. Já veio gente do mundo inteiro aqui", se diverte Francisco Assis Filho, de 77 anos.
Depois de subir de mototáxi, os turistas precisam descer a pé pelos becos e vielas da Rocinha. O caminho, com piso completamente irregular, é um desafio. No meio do trajeto, uma parada em mais uma laje. A visão de tirar o fôlego impressionou o australiano John Holden. "Já viajei pelo mundo, mas isso aqui é a experiência mais impressionante", garante ele.
O passeio guiado ainda reserva algumas surpresas. Segundo Mary Ellen, algumas crianças tocam instrumentos e dançam nos becos para chamar a atenção dos turistas. Em troca, sempre recebem alguma gorjeta. Nas vielas também é comum encontrar moradores da Rocinha vendendo bijuterias e outros adereços. Os objetos encantam os visitantes.
Ao final do passeio, os turistas são levados até uma lanchonete onde provam açaí. "Normalmente eles gostam", comenta Mary Ellen. O local, conhecido como 24 horas, é escolhido por causa do baixo preço da comida.
Visão diferenciada
Uma das propostas do "walk tour" é mudar a ideia que o turista tem da Favela da Rocinha. E, de acordo com Gordon, é o que normalmente acontece. Durante o passeio, os turistas, segundo ele, perguntam sobre pacificação e como é a rotina da comunidade. E, ao perceber o clima de paz entre os moradores, eles não entendem por que policiais permanecem com arma em punho nos acessos à comunidade.
As visitas à Rocinha começaram antes mesmo da pacificação na comunidade, em novembro do ano passado. Mesmo sob a regência do tráfico de drogas, vários turistas se interessavam por visitar a favela e conhecer a realidade dos seus becos. Casado com uma americana, Rodrigo Gordon toca a "Carioca Free Culture". Ele e a esposa, Mary Ellen, são dois dos guias turísticos que atuam nas ruas e vielas da favela da Zona Sul. Por ano, eles atendem mais de 300 visitantes.
Morador do Vidigal e com família na Rocinha, Gordon conhece cada beco da comunidade. Ele mesmo já morou anos por lá. E por conhecer bem a favela, decidiu desenvolver com a esposa a ideia dos passeios a pé pela Rocinha. Antes, porém, ele já havia trabalhado para uma empresa guiando os passeios pela comunidade. "Nossa ideia é passar uma imagem diferente da Rocinha", explica Gordon, ressaltando que não costuma lotar grupos para subir a comunidade para tornar o passeio mais interessante.
“Há pouco tempo recebemos uma família alemã: pai, mãe e filho. Antes de subir a favela, o menino perguntou por que estava entrando na Rocinha se o guia de turismo diz para não entrarem na favela. Eu tive que mudar isso”, conta o guia.
O G1 acompanhou, na semana passada, um passeio com três estrangeiros (um australiano e duas norueguesas) pela comunidade. No roteiro, subida com mototáxi, belas paisagens, visita a casas de moradores e lajes. No final do passeio, uma parada em uma lanchonete perto da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da comunidade.
Logo na chegada à comunidade, o grupo de estrangeiros embarcou em mototáxis estacionados em dos acessos à favela. Segundo Gordon, essa é uma das etapas do passeio que os turistas mais gostam. "Muitos já chegam perguntando se vão subir de moto", diz. Apesar de toda a vontade de alguns de subir as ladeiras da comunidade de mototáxi, a norueguesa Marte Skurdal não estava muito confortável. “Me pareceu perigoso", disse.
Ao chegarem ao topo da Rua 1, os turistas descem das motos. Um poste com um emaranhado de fios chama atenção. "Eles ficam impressionados", conta Gordon. Em seguida, os turistas são levados até a localidade conhecida como Laboriaux, onde há visão privilegiada da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Cristo Redentor e de outros pontos turísticos tradicionais do Rio. O local também é escolhido para uma roda de bate-papo entre o casal de guias e os turistas.
Rocinha e suas lajes
Após a conversa, os visitantes seguem para a casa do "seu" Francisco, de onde apreciam do alto de sua laje uma vista panôramica da Zona Sul do Rio. "Maravilhoso", exclama Silje Griunstad, ao avistar a Praia de São Conrado. A casa de Francisco é um dos pontos de visita obrigatórios no roteiro de Gordon."Quando construí essa casa não sabia que tanta gente ia gostar disso aqui. Já veio gente do mundo inteiro aqui", se diverte Francisco Assis Filho, de 77 anos.
Depois de subir de mototáxi, os turistas precisam descer a pé pelos becos e vielas da Rocinha. O caminho, com piso completamente irregular, é um desafio. No meio do trajeto, uma parada em mais uma laje. A visão de tirar o fôlego impressionou o australiano John Holden. "Já viajei pelo mundo, mas isso aqui é a experiência mais impressionante", garante ele.
O passeio guiado ainda reserva algumas surpresas. Segundo Mary Ellen, algumas crianças tocam instrumentos e dançam nos becos para chamar a atenção dos turistas. Em troca, sempre recebem alguma gorjeta. Nas vielas também é comum encontrar moradores da Rocinha vendendo bijuterias e outros adereços. Os objetos encantam os visitantes.
Ao final do passeio, os turistas são levados até uma lanchonete onde provam açaí. "Normalmente eles gostam", comenta Mary Ellen. O local, conhecido como 24 horas, é escolhido por causa do baixo preço da comida.
Visão diferenciada
Uma das propostas do "walk tour" é mudar a ideia que o turista tem da Favela da Rocinha. E, de acordo com Gordon, é o que normalmente acontece. Durante o passeio, os turistas, segundo ele, perguntam sobre pacificação e como é a rotina da comunidade. E, ao perceber o clima de paz entre os moradores, eles não entendem por que policiais permanecem com arma em punho nos acessos à comunidade.
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