quarta-feira, 11 de julho de 2012

Novas provas no caso Patrícia Amieiro podem suspender processo (Postado por Lucas Pinheiro)

O promotor Felipe Morais, da 1ª Vara Criminal do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), afirmou que, caso sejam encontradas novas pistas que ajudem a resolver a investigação sobre o desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro Franco, vai pedir a suspensão do processo. Uma denúncia feita à Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP-RJ afirma que o corpo da engenheira foi enterrado em um sítio no Itanhangá, na Zona Oeste da capital. Policiais civis, com o auxílio de cães farejadores do Corpo de Bombeiros, investigaram a denúncia na terça-feira (10), e encontraram pedaços de roupas e um calçado em uma gruta escavada no alto de uma trilha. Na manhã desta quarta-feira (11), as buscas pela ossada da engenheira foram retomadas.

“A denúncia que recebemos afirma que há corpos nesse sítio, e que o corpo dela (Patrícia Amieiro) está aqui”, afirmou o promotor. “Caso alguma coisa seja encontrada, vamos parar tudo para fazer exames de DNA. Vou pedir a suspensão do processo caso sejam encontradas novas evidências”, complementou. De acordo com Morais, a nova audiência do caso, com a participação dos quatros policiais militares acusados da morte e ocultação do cadáver de Patrícia Amieiro, está marcada para esta sexta-feira (13).

Quatro anos desaparecida
Na noite de 14 de junho de 2008, a engenheira Patrícia Amieiro Franco, então com 24 anos, desapareceu ao voltar de uma festa na Zona Sul para sua casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O carro de Patrícia foi encontrado dentro do Canal de Marapendi, na Barra. A perícia feita no veículo encontrou vestígios de tiros. Ao todo, quatro policiais militares são acusados de matar e ocultar o cadáver da vítima, que teve morte presumível decretada pela Justiça em junho de 2011.

“A família quer enterrar o corpo e o Ministério Público quer provar que ela (Patrícia Amieiro) foi assassinada”, afirmou o promotor sobre a possibilidade de encontrar os restos mortais da engenheira. Entretanto, o delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, afirmou que ainda não foi encontrado nada relacionado à Patrícia. “Podem haver restos mortais aqui, ou não. Podem ser da Patrícia, ou não”, afirmou. “Não tem nada que indique que essas roupas sejam da Patrícia. Não podemos afirmar isso. E não podemos criar uma expectativa, pois isso pode gerar uma frustração muito grande para a família”, acrescentou o delegado.

Cheiro ruim no ar
Mais de 60 policiais da DH, bombeiros e integrantes do MP-RJ participaram das buscas. “A Coordenadoria de Inteligência do Ministério Público recebeu uma denúncia anônima que apontava o sítio como o local onde estariam, não só os restos da Patrícia, como de outras pessoas também. Diante disso, a Justiça expediu um mandado de busca e apreensão e nos permitiu vasculhar a área", explicou Barbosa. Policiais civis notaram um cheiro no ar próximo à entrada da gruta. “É o cheiro de alguma coisa em estado de putrefação. É como se eu estivesse no IML (Instituto Médico Legal)”, disse um dos agentes.

Na operação, os policiais apreenderam uma espingarda calibre 28 milímetros, uma pistola 635 milímetros, uma espingarda de ar-comprimido e um caderno de anotações com resultados de jogos de bingo. Somente os caseiros foram encontrados no local. O dono do sítio não foi localizado. Ainda segundo o delegado, a área é muito ampla e as buscas podem durar até 72 horas. “O terreno é bem vasto, então temos que procurar de forma minuciosa e com calma”, finalizou.

Nenhum comentário: