domingo, 2 de outubro de 2011

Com efeitos visuais, Coldplay conquista Rock in Rio



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Davi Rocha
Os britânicos do Coldplay subiram ao Palco Mundo exatamente às 01h10 para fechar a penúltima noite do Rock in Rio. O show era um dos mais esperados de todo o festival e responsável por trazer boa parte das 100 mil pessoas para a Cidade do Rock esta noite. 
O público parecia estar ganho, como para todos os artistas que tem diversos hits na manga e passaram pelo Palco Mundo. Ao iluminar das primeiras luzes coloridas e estourar dos primeiros fogos-de-artifício eles tinham a plateia na mão, e com as palmas da mão pra cima, tocando os primeiros acordes de ‘Mylo Xyloto’. 
A música que dá nome ao novo disco do grupo que será lançado no próximo dia 24 de outubro e a banda precisava aproveitar o momento para apresentar o trabalho para o público de qualquer jeito, mesmo com a galera não sabendo cantar as novas canções. O que poderia ser um empecilho para a banda ganhar a noite, não foi, dependendo do ponto de vista. 
O Coldplay aprendeu em mais de uma década como fazer um show para as multidões, muito diferente da mesma banda que surgiu como revelação rock alternativo no começo dos anos 200 com o disco Parachutes. Aos poucos, eles se transformaram no grupo que produz músicas em busca do pop grudento ao gosto das grandes massas, para ser headliner de festival. 
Sabendo o que encontraria no Rock in Rio, eles prepararam um show a altura da ocasião, pensando em como vender o disco novo para milhares de pessoas que assistiam o show no Rio de Janeiro e os milhões que os acompanhavam pela TV e internet, isso sem deixar de agradar. 
O set list foi escolhido para deixar o público bater palmas, dar pulinhos, cantar em uníssono para sentir a energia do show. E os efeitos especiais preparados para a ocasião, serviram para dar uma força e deixar o público hipnotizado. Isso  explica o set list privilegiar todos os singles do disco ‘A Rush of Blood to the Head’, que estão há nove anos tocando nas rádios de todo o mundo e fez da banda  mainstream.
A plateia não entendeu muito bem a primeira música, mas foi prontamente agradada por ‘Yellow’, que colocou o público com as mãos para cima nas luzes amarelas do festival e ‘In My Place’, sob a chuva de papel colorido e pichação de Rio com coração no final. 
Com público domado, era hora de apresentar os singles novos. Antes de qualquer um pensar em desanimar por não estar cantando junto era hora de emendar sussurros e gritinhos de todos com refrões grudentos das novas músicas, sempre com ajuda de efeitos visuais.
Isso sem deixar de tocar logo outros singles consagrados. A banda mandou na sequência as certeiras ‘God Put A Smile On Your Face’ e ‘The Scientist’, cantou ‘Mas que Nada’, falou em português, perguntando se estava tudo bem na esquerda, na direita, na frente ou no “fundão” – tirando suspiros do público que achou lindo ele se esforçar para falar em nossa língua.
Em seguida, era hora de seguir para ‘Us Against The World’, mais uma faixa sem graça de ‘Mylo Xyloto’, que não agradou nem ao público do Rock in Rio. Com ‘Politik’, mesmo sendo do disoc A Rush of Blood to the Head, a falta de empolgação foi a mesma coisa.
Seguindo com ‘Viva La Vida’, a banda teve de volta a plateia nas mãos, com o maior coro apoteótico de todo o show. Porém perdeu a empolgação novamente com as ensossas ‘Charlie Brown’ e ‘Life Is For Living’. Com luzes apagadas e dando a impressão de que se tratava do fim, até ouviu-se na plateia: “Já acabou? Só isso?”. 
Ainda tinha o bis, com as manjadas 'Clocks' e 'Fix You', para levantar a plateia que mais uma vez transformou um show em karaokê esta noite. Ainda teve mais uma nova, 'Every Teardrop Is a Waterfall', que com Chris Martin empunhando uma bandeira do Brasil e fogos de artifícios e muitas cores, enganou musicalmente o público, que saiu da Cidade do Rock conquistado e visualmente hipnotizado. 
No geral, tirando os belos efeitos visuais, enquanto a plateia hipnotizada adorava e esfriava em diversos momento, ficou claro que no palco a coisa estava repetitiva, com visuais demais e música boa de menos. Mas fiquem tranquilos, o público cantou junto e saiu feliz da Cidade do Rock.
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