terça-feira, 10 de novembro de 2015

Conhecer para conservar: o lado ambientalista de um mecenas carioca

Por Pedro da Cunha e Menezes
Raymundo Ottoni de Castro Maya, ou simplesmente Castro Maya. Foto: Acervo Museu Castro Maya
Raymundo Ottoni de Castro Maya, ou simplesmente Castro Maya. Foto: Acervo Museu Castro Maya

Corre o ano de 2015. A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro comemora 450 anos de sua fundação. A data é auspiciosa para recordar o nome de um de seus mais prodigiosos filhos: Raymundo de Otonni Castro Maya, que entre outras funções, em 1965, coordenou as comemorações do Quarto centenário da Cidade Maravilhosa. Não é esse lado de Castro Maya, contudo, que queremos aqui ressaltar, mas sim sua veia conservacionista.
O que hoje conhecemos por movimento ambientalista é, na verdade, a soma de várias escolas de preservação que nasceram de diferentes necessidades e anseios de conservar a natureza ao longo da História. As iniciativas mais antigas de conservação de que se tem notícia no mundo ocidental em geral visavam a assegurar recursos hídricos para as cidades romanas. Exemplo paradigmático é a Floresta de Belgrado, criada em meados do primeiro milênio em Constantinopla para proteger os mananciais da então capital do Império Romano do Leste, maior potência da época.
Mais tarde, à medida que a agricultura e a retirada de madeira para aquecimento, cozinha e construção civil foram desnudando a Europa, algumas reservas ganharam cercas para proporcionar a sobrevivência de animais de caça, esporte predileto da nobreza. Paradoxalmente, o gosto pelo abate de animais selvagens foi o que permitiu a sobrevivência de várias espécies de mamíferos na Europa. Também, em muitos países, foram decretadas regras e interdições para assegurar a preservação de árvores cujos caules fossem usados na construção naval. No Brasil, com esse objetivo, o Governo colonial protegeu diversas espécies que, em seu conjunto, acabaram por ficar conhecidas como “madeira de lei”.
"Somente no século XIX ganha força a ideia de se proteger áreas naturais para a recreação e contemplação. Seu principal defensor foi John Muir, um escocês educado nos Estados Unidos."
Outros usos como o religioso e a coleta de ervas medicinais também ajudaram a proteger nacos de terra. Em Portugal encontramos a Floresta Nacional do Buçaco, que foi replantada a partir de 1628 por monges carmelitas. O reflorestamento deu certo e a mata começou a atrair peregrinos que iam pedir as bênçãos de Deus. Para proteger o sítio sagrado, em 1643 o papa Urbano VIII decretou a excomunhão sumária de qualquer cristão flagrado impactando a reserva do Buçaco. Já em Malta, um ilhote foi declarado área protegida em 1746, para impedir a coleta descontrolada de um fungo que só crescia ali e que tinha propriedades medicinais.
Somente no século XIX ganha força a ideia de se proteger áreas naturais para a recreação e contemplação. Seu principal defensor foi John Muir, um escocês educado nos Estados Unidos. É essa corrente de pensamento a principal força por trás da criação dos parques nacionais, tipo de área protegida destinado à conservação do meio ambiente com o objetivo primordial de proporcionar o desfrute da natureza, por meio de visitas e passeios.
Raymundo Ottoni de Castro Maya é um conservacionista ligado a essa última escola de pensamento. Sua aproximação com as causas conservacionistas não vem da ciência, de atividades comerciais, nem da religião. Castro Maya desenvolveu seu amor pela natureza desde a infância, que passou na residência da família no Alto da Boa Vista, arrabalde montanhoso do Rio de Janeiro. O jardim de sua casa confundia-se com as matas da Floresta da Tijuca. Nem cerca havia a separar uma da outra. Nas suas brincadeiras de criança e aventuras da puberdade, Castro Maya não conhecia limites. Bastava andar um pouquinho e pronto: a trilha já extrapolava a propriedade e adentrava o parque.
"(...) quando o rei da Bélgica, Alberto, visitou o Rio de Janeiro em 1920, foi logo levado à Floresta da Tijuca. O mesmo sucedeu com Albert Einstein, em 1925, e com Rudyard Kippling, em 1927."
Sua juventude coincidiu com o nascimento do montanhismo no Brasil e com a revalorização das atividades esportivas entre as elites nacionais. Tinha 25 anos de idade em 1919, quando foi fundado o Centro Excursionista Brasileiro, mais antigo clube de montanhismo do país. Em seus longos passeios a pé ou a cavalo pelas matas da Tijuca, Castro Maya entrou em contato com a fina flor da juventude Fluminense, que exercia os prazeres do excursionismo, a mais nova moda da capital da República, rivalizando em popularidade com o remo e o futebol. Nesse contato foi se formando o conservacionista.
Era uma época em que a Floresta estava associada às elites que moravam na então Capital Federal. A Tijuca era a jóia da Cidade Maravilhosa, exibida com orgulho para todos os visitantes ilustres, fossem políticos, cientistas ou literatos: quando o rei da Bélgica, Alberto, visitou o Rio de Janeiro em 1920, foi logo levado à Floresta da Tijuca. O mesmo sucedeu com Albert Einstein, em 1925, e com Rudyard Kippling, em 1927, para citar apenas alguns.
Filho de uma família de intelectuais, Castro Maya se beneficiou da vasta biblioteca que seu pai mantinha em casa e que depois foi muito avolumada pelo próprio Raymundo. Leu avidamente os viajantes como John Luccock, Spix e von Martius, Rugendas, Wilhelm Theremin, o príncipe Maximiliano Wied-Neuwied, Jacques Arago e Maria Graham entre outros. Eram relatos de europeus impressionados com a exuberância da floresta tropical do Rio de Janeiro. Teciam elogios à sua incomparável beleza, seu fascinante verdor, sua inesgotável variedade de espécies. Alguns, como Luccock, já alertavam para o precoce desmatamento das matas da então capital do Império brasileiro.
Parque Nacional da Tijuca . Foto: Peterson de Almeida
Pedra da Gávea. Parque Nacional da Tijuca. Foto: Peterson de Almeida
Sua personalidade multifacetada, entretanto, não ficava por aí. Castro Maya era um atleta habilidoso. Competiu pelo Fluminense, time para o qual torcia fervorosamente, cujas cores defendeu no atletismo e onde socializou com os Guinle, os Cox, os Coelho Netto entre outros intelectuais e capitães de indústria daquele tempo. Aprendeu muito nas longas conversas e no convívio social. Por outro lado, sua paixão pelas artes o pôs em contato com gente do calibre de Cândido Portinari, José Olympio, Burle Marx, José Mindlin e Jean Manzon. Foi amigo de Roberto Marinho, com quem compartilhou os prazeres da caça submarina e da pesca desportiva, passando a ser assíduo frequentador de Arraial do Cabo.
Seja por que pertencia à elite da época, em cujas conversas e eventos sociais a questão da preservação da natureza começava a ser debatida com alguma profundidade, seja porque tinha o amor pela natureza próprio daqueles que a frequentam, Castro Maya foi aos poucos despertando sua veia conservacionista.
"Atualizado com o que havia de mais moderno na área ambiental em sua época, Castro Maya sonhava em transformar a Tijuca em um parque nacional nos moldes do que vira in loco no exterior"
Em 1934, realizou-se no Rio de Janeiro a primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, trazendo o tema para o centro da pauta nacional. Um dos maiores resultados palpáveis dessa Conferência foi a criação dos três primeiros parques nacionais do Brasil: Itatiaia, em 1937, e Serra dos Órgãos e Iguaçu, em 1939. Participou das discussões em torno da Conferência gente que frequentava os mesmos círculos que Castro Maya, como o jornalista Armando Magalhães Corrêa (que desbravou a Pedra Branca) e a bióloga Bertha Lutz (que era habituée da Serra da Bocaina). Assim como eles, Raymundo aliava erudição interdisciplinar ao prazer de frequentar as belezas naturais do Rio de Janeiro. Foi logo atraído para o debate da conservação no Brasil. Para entender melhor o que se discutia e qual era o objetivo final do manejo de unidades de conservação, passou a incluir em suas viagens ao estrangeiro extensas excursões a parques nacionais. Dedicou então alguns anos a visitas aos parques da Argentina, dos Estados Unidos e Canadá. Gostou do que viu e, em 1936, comprou a Fazenda Cachoeira Dourada em Goiás, onde fez alguns experimentos em administração de uma propriedade com a natureza em seu estado mais conservado.
Em 1938, teve a primeira oportunidade de colocar em prática o que aprendera. A convite do governo, participou da equipe que redigiu o Código de Pesca Brasileiro. A peça legal foi pioneira em exigir que novas barragens deveriam ter “obras que permitam a conservação da fauna fluvial, facilitando a passagem dos peixes” além de outros artigos de cunho conservacionista.
Em 1943, quando foi convidado para dirigir a Floresta da Tijuca, já tinha sólidos conhecimentos da gestão e do manejo de unidades de conservação, que foram postos em prática em combinação com os contatos que tinha na alta sociedade, sobretudo nas áreas política e artística, e com os recursos financeiros de seu próprio patrimônio, que ele aportou ao Parque. Portanto, não é de surpreender que o período que passou à frente de sua administração, embora tenha durado apenas cerca de três anos, tenha entrado para a história da Floresta da Tijuca.
Atualizado com o que havia de mais moderno na área ambiental em sua época, Castro Maya sonhava em transformar a Tijuca em um parque nacional nos moldes do que vira in loco no exterior, ou como ele mesmo escreveu: “uma amostra de um parque nacional [...]. Naturalmente era uma miniatura do que se poderia fazer em todo o país, aproveitando as belezas naturais e defendendo-as da “civilização que entra com o machado devastador, derrubando as matas e aproveitando o húmus da terra para pouco depois abandoná-la”[1].
"Castro Maya compartilhava a visão de John Muir de que os parques nacionais têm o objetivo primordial de manter a ligação atávica do homem com a natureza."
Para transformar a Tijuca nessa “miniatura de parque nacional”[2], Castro Maya relegou suas empresas a um segundo plano, dedicando a maior parte de seu tempo à Floresta. Emulou alguns amigos com quem convivera. De João Coelho Netto, o Preguinho, copiou a recusa de receber salário, aceitando dirigir a Floresta em troca de um cruzeiro por ano[3]. De Rockefeller, cuja amizade prezava muito, copiou o mecenato de que a história tradicional registrou principalmente a parte artística. Poucos sabem que a família Rockefeller, muitas vezes anonimamente, adquiriu e doou extensas áreas para os parques nacionais de Grand Teton, Acadia, Great Smoky Mountains, Yosemite e Shenandoa. Sem a riqueza inesgotável dos Rockefeller, mas com generosidade comparável, Castro Maya não dividiu seus esforços e dedicou-se a fazer da Tijuca um verdadeiro parque nacional.
E o fez com maestria. A Tijuca que Castro Maya nos legou é um parque nacional no sentido estrito do termo e da definição. Não é apenas uma reserva hermeticamente fechada ao público, destinada somente à pesquisa e à preservação. Castro Maya compartilhava a visão de John Muir de que os parques nacionais têm o objetivo primordial de manter a ligação atávica do homem com a natureza. Acreditava que só essa ligação poderia gerar um grupo de conservacionistas dedicados.
Sua gestão valorizou o meio ambiente na mesma medida em que investiu na infra-estrutura de ecoturismo, conforme relata em detalhes na presente obra.
Suas ideias são hoje comuns no mundo inteiro. Existe até um mantra criado para representá-las: “conhecer para conservar”. Infelizmente, contudo, mesmo no Brasil de hoje Castro Maya provavelmente ainda não seria visto com bons olhos pelos dirigentes das instituições que zelam por nossos parques onde, com poucas excessões, quase não existe infra-estrutura turística e a visitação não é prioridade.
Trilha Transcarioca. Foto: peterson de Almeida
Trilha Transcarioca. Foto: peterson de Almeida
"Seu sonho de transformar a Floresta da Tijuca em parque nacional não se realizou durante sua gestão. A exoneração de Castro Maya, entretanto, não foi capaz de ofuscar seu trabalho nem seus ideais"
Que esperar então de seus antecessores há 50 anos? Castro Maya transformou a Tijuca no parque mais bem estruturado do Brasil, o que ainda é em nossos dias. Paradoxalmente, foi essa visão moderna e bem implementada que impediu que um parque nacional de fato como era a Floresta não ganhasse o título a que fazia jus. Como mesmo relatou Castro Maya, “em vez de encontrar receptividade entre os representantes do Serviço Florestal, foi justamente ali que esbarrei em sistemática oposição”.
Seu sonho de transformar a Floresta da Tijuca em Parque Nacional não se realizou durante sua gestão. A exoneração de Castro Maya, entretanto, não foi capaz de ofuscar seu trabalho nem seus ideais. Nos anos que se seguiram, intensificou-se a pressão para que a Floresta fosse elevada à categoria de parque, o que finalmente ocorreu no centenário do reflorestamento, em 1961. Inicialmente, chamou-se Parque Nacional do Rio de Janeiro, já que, além da Tijuca, abarcava as Pedras da Gávea e Bonita, a Serra da Carioca e as chamadas florestas do Andaraí e da Covanca.
O legado do industrial para a conservação, entretanto, não se resume à sua gestão da Floresta da Tijuca, nem às suas ideias arrojadas. Em 1963, Castro Maya doou ao usufruto público sua propriedade do Açude com a mata adjacente de 151.132m². Embora essa reserva seja hoje administrada pelo Instituto Brasileiro de Museus, ela é contígua ao Parque Nacional da Tijuca ao qual se une por meio da Trilha Transcarioca.
Com efeito, não há divisória física entre a antiga residência de Castro Maya e a Floresta da Tijuca. São de fato uma só floresta pública, cuja história é comum e cujos destinos são indissociáveis. Que esse legado sirva de tributo a um dos maiores – e menos reconhecidos – conservacionistas da história do Brasil e que continue recebendo visitantes de braços abertos para ajudar a formar uma consciência ecológica conducente a que um dia finalmente, como reclamava Castro Maya, “os parques nacionais brasileiros deixem de serem áreas reservadas sem atrativos turísticos, e neles se observem medidas de defesa da fauna e da flora, cuja preservação é o motivo de sua existência”[4].

Notas:
[1] Castro Maya, Raymundo Ottoni de. 1967. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Bloch.
[2] Idem.
[3] Quando o profissionalismo foi introduzido no futebol carioca, Preguinho recusou-se a receber salário, passando a defender o Fluminense Football Club por um valor simbólico.
[4] Idem.





Castro Maya John Muir

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Ator Luiz Carlos Miele morre aos 77 anos no Rio de Janeiro

O corpo foi encontrado na manhã desta quarta-feira pelos bombeiros, que foram acionados para atender a uma ocorrência no local. Luiz morreu no Rio de Janeiro

Miele era natural de São Paulo
Foto: R7
O ator, produtor cultural e diretor Luiz Carlos Miele, de 77 anos, morreu nesta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro. Ele estava em sua casa, na Gávea, zona sul.
O corpo foi encontrado esta manhã pelos bombeiros, que foram acionados para atender a uma ocorrência no local.
Natural de São Paulo, Miele iniciou a carreira como locutor de rádio, nas emissoras Excelsior,Tupi e Rádio Nacional. Acabou produzindo diversos shows de cantores famosos.
Filho da cantora e instrumentista Irma Miele (ou Regina Macedo, seu nome artístico), mudou-se para o Rio de Janeiro em 1959, onde conheceu o compositor Ronaldo Bôscoli. Com ele, formou a dupla Miele e Bôscoli. Juntos, os dois dirigiram vários espetáculos e musicais para a televisão.
Na TV, ele atuou na direção de programas na TV Rio, na TV Excelsior, na TV Record, na Tupi, na Manchete e na TV Record e na TV Globo.
Miele produziu shows de artistas como Roberto Carlos, Elis Regina, Wilson Simonal, Sergio Mendes, Alcione e Milton Nascimento, além dos projetos "Chega de Saudade", "Vivendo a Rádio Nacional" e "Vivendo Vinícius".
Nos anos 2000, ele voltou à TV. Viveu o advogado Wexler no seriado "Mandrake", da HBO. Na Rede Globo, em 2008, participou das séries "Casos e Acasos" e "Tapas e Beijos". Também atuou na novela "Geração Brasil", da mesma emissora,
Em 2008, junto com a atriz e cantora Thalma de Freitas, apresentou o espetáculo "Bossa Nova 50 anos", em plena praia de Ipanema, zona sul do Rio. No elenco musical estavam nomes como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Leila Pinheiro e Emílio Santiago.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Liminar suspende proibição do Uber no Rio de Janeiro

image: http://www.bitmag.com.br/wp-content/uploads/2015/09/Uber-vem-para-o-Recife-684x250.jpg
An illustration picture shows the logo of car-sharing service app Uber on a smartphone next to the picture of an official German taxi sign in Frankfurt, September 15, 2014. A Frankfurt high court will hold a hearing on a recent lawsuit brought against Uberpop by Taxi Deutschland on Tuesday.  San Francisco-based Uber, which allows users to summon taxi-like services on their smartphones, offers two main services, Uber, its classic low-cost, limousine pick-up service, and Uberpop, a newer ride-sharing service, which connects private drivers to passengers - an established practice in Germany that nonetheless operates in a legal grey area of rules governing commercial transportation. The company has faced regulatory scrutiny and court injunctions from its early days, even as it has expanded rapidly into roughly 150 cities around the world.   REUTERS/Kai Pfaffenbach (GERMANY - Tags: BUSINESS EMPLOYMENT CRIME LAW TRANSPORT)
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A Justiça do Rio de Janeiro concedeu liminar que suspende os efeitos de lei municipal sancionada recentemente e que proibiu a atividade dos motoristas do Uber na cidade. É o que informou o serviço de transporte urbano por aplicativo.
De acordo com a agência de notícias Reuters, a juíza em exercício Mônica Ribeiro Teixeira, do Tribunal de Justiça do Estado, determinou que as autoridades se abstenham de impedir a atividade dos motoristas do aplicativo sob pena de multa de R$ 50 mil para cada ato contra a decisão, algo que inclui apreensão de veículos, retenção de carteira de habilitação ou imposição de multas. A decisão da juíza se baseia no princípio constitucional de proteção à livre iniciativa, entre outros argumentos.
A proibição dos serviços do Uber no Rio de Janeiro aconteceu no final do mês de setembro pelo prefeito do estado, Eduardo Paes. Ele sancionou legislação municipal que proibiu a atividade dos motoristas do aplicativo norte-americano. O Uber afirmou na época que a lei aprovada era inconstitucional e informou na semana passada que desde a aprovação os motoristas seguiram operando normalmente.
Já em São Paulo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, divulgou decreto instituindo uma nova modalidade de serviço de táxi no estado que funciona apenas por aplicativos e que deverá ser prestada por carros pretos, abrindo caminho para serviços como os prestados pelo Uber na cidade.
O Uber, porém, afirmou que o decreto aprovado não se aplica ao serviço prestado pela empresa e que é também é inconstitucional.
*Com reportagem de Alberto Alerigi Jr, da Reuters

Leia mais em http://www.bitmag.com.br/2015/10/liminar-suspende-proibicao-do-uber-no-rio-de-janeiro/#2VCy8OMgxLdYDQBD.99

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Justiça autoriza funcionamento do Uber no Rio de Janeiro

Criado em 09/10/15 11h52 e atualizado em 09/10/15 12h10
Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição:José Romildo Fonte:Agência Brasil
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu ontem (8) liminar autorizando o funcionamento do serviço de transportes do aplicativo Uber, no estado. A decisão, da juíza Mônica Teixeira, da 6ª Vara de Fazenda Pública da Capital, proíbe que o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro) e a Secretaria Municipal de Transportes do Rio restrinjam o livro exercício da atividade empresarial da Uber.
A decisão judicial também impede a aplicação de multas, a apreensão dos veículos e a retenção de carteira de habilitação dos condutores dos carros que prestam serviço através do aplicativo.
Para a juíza, o interesse coletivo impede a existência de monopólios e oligopólios e que o cidadão tem o direito de ter, a seu dispor, variedade de ofertas de serviços e de preços. Segundo a magistrada, o interesse público exige “uma mobilidade urbana com facilidade, velocidade, segurança e a um custo razoável que permita ao cidadão ter acesso aos mais diversos meios de transporte”.
Editor José Romildo

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Festival do Rio tem mostra de documentários em homenagem aos 450 anos da cidade

Agência Brasil
Os 450 anos da cidade do Rio de Janeiro, comemorados no dia 1º de março deste ano, mereceram uma seleção especial dentro da programação não competitiva de documentários da Première Brasil, a mostra do Festival do Rio que, todos os anos, constitui uma espécie de vitrine da produção recente do cinema brasileiro. São seis filmes que enfocam diferentes aspectos da história da cidade, da cultura e do cotidiano carioca.
Um deles é São Sebastião do Rio de Janeiro – A formação de uma cidade, que teve sua primeira exibição no festival terça-feira (6), às 18h, no Oi Futuro Ipanema. Produzido e dirigido por Juliana de Carvalho, o documentário conta, em 90 minutos, a história da formação urbana da cidade, desde os vestígios arqueológicos de seus primeiros habitantes, e as lutas travadas na conquista da terra carioca, passando pelos acontecimentos históricos e indo até as reformas e intervenções urbanas que moldaram o desenho de cidade.
“Nossa opção foi fazer um filme que narra a história do Rio através do ponto de vista geográfico, em que todos os depoimentos colocam o Rio como protagonista. É uma viagem no tempo”, explica a cineasta, uma mineira que adotou o Rio de Janeiro. Imagens antigas, obtidas em arquivos de cerca de 30 instituições de Brasil, França e Inglaterra, e outras recentes, mostram como o povoado carioca surgiu e evoluiu até dos dias de hoje.
A diversidade de temas é a marca dos outros cinco filmes da seleção Rio 450. O Rio por eles, de Ernesto Rodrigues, mostra o olhar estrangeiro sobre a cidade, através de um resgate inédito de imagens registradas, em película ou videoteipe, por emissoras de TV, documentaristas e jornalistas estrangeiros ao longo do século 20.
O Porto do Rio, de Pedro Évora e Luciana Bezerra, narra, por meio de entrevistas com moradores e técnicos, a transformação da região portuária da antiga capital do Brasil em função das obras de reestruturação urbana promovidas pelo projeto Porto Maravilha.
Ambientado na mesma região, Pedra que samba, de Camila Agustini e Roman Lechapelier, passeia pelo Circuito da Herança Africana no antigo porto do Rio de Janeiro revelando a roda de samba da Pedra do Sal. Projeto Beirute, de Anna Azevedo, tem como tema o comércio popular da região da Saara, no Centro, onde a maior parte dos lojistas é de origem libanesa e Solte os bichos de uma vez, de Marcelo Goulart, aborda os grupos de bate-bola do carnaval carioca.
Os locais e horários de exibição dos documentários da seleção Rio 450 da Premiére Brasil, assim como toda a programação do festival, que vai até o dia 14,  estão disponíveis no sitewww.festivaldorio.com.br .
Tags: documentários, entrevistas, festival, filmes, Rio

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Em clima de pré-campanha, Paes reinaugura Praça Mauá após obras

No Rio

  • Ricardo Borges/Folhapress
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), reinaugurou neste domingo (6) a Praça Mauá, na Zona Portuária da cidade. O espaço devolve à capital carioca uma ligação do centro com a região, que tem vista para a Baia de Guanabara. "A inauguração da praça como está hoje é um marco e vai mudar a imagem antiga do local. É uma integração do centro com o restante da cidade. É preciso olhar para o centro, porque uma cidade sem centro é uma cidade sem alma", disse Paes.
Ele dedicou a reabertura do espaço às crianças da cidade e, ao falar do futuro, aproveitou o momento para ressaltar o secretário de Coordenação de Governo da Prefeitura, Pedro Paulo Teixeira, possível sucessor de Paes no cargo."E quem quiser me condenar na Justiça Eleitoral pode condenar", completou Paes.
Urbanizada no início do século passado, quando a grande reforma do prefeito Pereira Passos aterrou 1,5 milhão de metros quadrados para a construção do Porto do Rio, a Praça Mauá nasceu com a antiga avenida Central, atual avenida Rio Branco. O nome da praça é uma homenagem a Irineu Evangelista de Sousa (1813-1889), o empreendedor e abolicionista Barão de Mauá.
A praça fica no centro do restante das obras de revitalização da Região Portuária, ao lado dos Museus de Arte do Rio e do Museu do Amanhã, que deve ser inaugurado até o fim do ano. A área estava fechada desde 2011 para obras do Túnel Rio 450. A nova praça é seis vezes maior que a anterior, o espaço tem hoje 25 mil metros quadrados ante os 4.000 metros quadrados da configuração original.
No evento, Paes e Teixeira tiraram selfies, correram pela praça e tentaram lutar esgrima com alguns cariocas que participaram da inauguração. Ao final, eles ainda tomaram alguns copos de chope nos carrinhos de Food Truck instalados na lateral da praça.
A marqueteira Ana Paula Gonçalves, 37 anos, e o empresário Paulo Henrique Jinkings, 46 anos, vieram de Botafogo, na Zona Sul, curtir a nova praça com a filha Isabela."Trabalhei aqui do lado durante anos e era muito degradado. Nunca andei por aqui. Hoje viemos de metrô. Virou um programa", disse Jinkings. A mulher concorda. "Fizemos o primeiro piquenique da praça. A gente costuma fazer na Lagoa, agora vamos vir aqui", afirma Ana Paula.
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