O comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que policiais militares quebraram o protocolo da instituição ao atirar contra um ônibus com reféns no Centro do Rio. No entanto, segundo ele, foi esse erro que permitiu que o ônibus fosse interceptado pela polícia.
“Nós sabemos que não podemos atirar, salvo em legítima defesa. A rigor, aqueles tiros não deveriam ter acontecido. Os tiros poderiam ter saído mais alto do que o esperado. Mas foi isso que acabou promovendo a parada do ônibus”.
O ônibus foi sequestrado na noite de terça-feira (9), na Avenida Presidente Vargas. Cinco pessoas - entre elas um policial militar - ficaram feridas no crime.Três homens foram presos e um suspeito continua foragido.
Como foi a ação da políciaDe acordo com o coronel, a ação foi acertada em dois momentos. Primeiro, logo no início do sequestro, quando uma dupla de policiais preferiu não trocar tiros com os criminosos e optou por chamar reforço. O segundo momento foi quando agentes fizeram barreiras em círculos, para evitar a fuga do veículo.
“Levando em consideração o todo, a ação poderia ter um desfecho trágico, lamentamos as pessoas feridas. Mas em meio aos acertos, temos erros também. Poderia ter sido muito pior, vamos rever nossa situação. Se tem pessoas feridas inocentes é porque teve erros”, disse.
Segundo Duarte, os policiais envolvidos na operação já foram ouvidos pela Polícia Civil e suas armas, recolhidas para perícia. A informação da polícia é que só houve confronto entre policiais e criminosos quando os suspeitos deixaram o ônibus e seguiram para sequestrar um carro de passeio, para fugir do local.
“Aguardamos o resultado da perícia para saber como as vítimas foram feridas dentro do ônibus. Ao todo, cinco pessoas ficaram feridas por bala e um homem ferido por coronhadas”, explicou.
FeridosEntre os feridos, está uma mulher em estado grave, que foi baleada no tórax dentro do ônibus. Segundo o coronel, ele conversou com os médicos, que informaram que o tiro teria sido dado de cima para baixo. “Havia sangue no ônibus, a informação é que esta mulher foi atingida dentro do veículo, mas só a perícia dirá da onde partiu o tiro”, disse.
Outra vítima foi um policial militar que estava saindo do trabalho e esperando no ponto de ônibus da Avenida Presidente Vargas, quando foi atingido de raspão na perna. Segundo a PM, ele não participou da ação, nem reagiu. A instituição informou que ele foi atendido e liberado do Hospital Central da Polícia Militar.
Ação foi uma evolução da polícia, diz vice-governador
"A ação foi uma evolução da polícia. A perícia inicial provou que a maioria dos tiros foi dada nos pneus ou próximo aos pneus. Foi uma ação em que o serviço de inteligência da polícia funcionou muito bem", disse o vice-governador Luiz Fernando Pezão, nesta quarta-feira (10).
Perguntado se o episódio poderia ser comparado ao ônibus 174. No dia 12 de junho de 2000, Sandro do Nascimento entrou no ônibus da linha 174 e fez vários reféns. A açao terminou com a morte dele e de uma vítima. Segundo Pezão, "o governador não faz pirotecnia nem fica orientando como a polícia deve se comportar pois confia no seu secretário de Segurança".
"A verdade é que, infelizmente, temos que criras mais casas de custódia e presídios. Cada semana cai um chefe do tráfico. Somente de fugitivos do Morro do Alemão, prendemos 250", falou o vice-governador.
Ele afirmou ainda que este ano o governo está contratando seis mil policiais e ainda pretende contratar mais outros 25 mil. No entanto, ele não deu um prazo.
Perícia indica pelo menos 16 tiros
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Eboli (ICCE) fazem desde cedo uma perícia no ônibus sequestrado. Segundo os peritos, uma análise inicial indica que vários tiros foram dados de fora para dentro do veículo, na altura dos pneus. Para eles, isso indica a intenção de parar o ônibus.
Pelo menos 16 tiros atingiram o veículo, que está sendo periciado na 6ª DP (Cidade Nova), também no Centro. Nas próximas horas, representantes da empresa de ônibus devem comparecer à delegacia. Segundo a empresa, o motorista do ônibus está de licença pelos próximos três dias. As imagens do circuito interno de TV do veículo, que mostrariam a ação dos criminosos, não foram gravadas.
Testemunhas disseram que os os criminosos não dispararam dentro do veículo.
Motorista desconfiou
O ônibus que liga a Praça XV a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo. Segundo a polícia, quando o ônibus parou no ponto, os criminosos entraram e pagaram a passagem. O motorista desconfiou e, no ponto seguinte, conseguiu fazer sinal para dois policiais. Em seguida, ele aproveitou para fugir.
Policiais militares do batalhões do Méier, de São Cristóvão e da Praça Tiradentes, do Batalhão de Policiamento de Choque (BPCHQ) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados para o local. Os pneus do ônibus foram furados após duas tentativas de fuga dos criminosos. Policiais armados de fuzis e pistola se posicionaram do outro lado da pista.
De acordo com a delegada Gisele Rosemberg, a maioria dos passageiros disse em depoimento que quatro homens entraram no ônibus e que um deles saltou do veículo com uma refém e depois fugiu. Outro criminoso teria deixado o veículo em seguida. Durante a fuga, o homem ainda roubou um carro e manteve um casal refém até Manguinhos, no subúrbio.
Após uma hora e meia, os dois criminosos que estavam no ônibus se renderam. Mais tarde, a polícia prendeu em flagrante o suspeito que tinha fugido para Manguinhos. Ele foi preso quando recebia atendimento num hospital, em Copacabana, na Zona Sul. A polícia disse que o quarto suspeito do crime já foi identificado e que vai pedir a sua prisão preventiva.
Comparsas
A delegada afirmou, ainda, que haveria outros comparsas num carro que estava em frente ao ônibus. Segundo ela, as vítimas contaram que os criminosos se comunicavam com outras pessoas pelo celular.
De acordo com a delegada, um dos suspeitos presos já possui passagem pela polícia e outro possui um mandado de busca e apreensão. Ele afirmou que todos vão responder pelos crimes de roubo triplamente qualificado, formação de quadrilha e receptação. Com eles, a polícia apreendeu três pistolas - uma delas com numeração raspada - e uma granada.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os feridos são duas passageiras e um homem que estava dentro de um veículo que passava pelo local. Um outro homem foi atingido de raspão na perna e já foi liberado do hospital. Uma mulher que levou um tiro no tórax e está no CTI. Seu estado de saúde é grave.
A outra mulher foi atingida perto da região do glúteo e passa bem. O homem foi baleado no pescoço e está em observação. Onze reféns saíram ilesos na operação.
“Nós sabemos que não podemos atirar, salvo em legítima defesa. A rigor, aqueles tiros não deveriam ter acontecido. Os tiros poderiam ter saído mais alto do que o esperado. Mas foi isso que acabou promovendo a parada do ônibus”.
O ônibus foi sequestrado na noite de terça-feira (9), na Avenida Presidente Vargas. Cinco pessoas - entre elas um policial militar - ficaram feridas no crime.Três homens foram presos e um suspeito continua foragido.
Como foi a ação da políciaDe acordo com o coronel, a ação foi acertada em dois momentos. Primeiro, logo no início do sequestro, quando uma dupla de policiais preferiu não trocar tiros com os criminosos e optou por chamar reforço. O segundo momento foi quando agentes fizeram barreiras em círculos, para evitar a fuga do veículo.
“Levando em consideração o todo, a ação poderia ter um desfecho trágico, lamentamos as pessoas feridas. Mas em meio aos acertos, temos erros também. Poderia ter sido muito pior, vamos rever nossa situação. Se tem pessoas feridas inocentes é porque teve erros”, disse.
Segundo Duarte, os policiais envolvidos na operação já foram ouvidos pela Polícia Civil e suas armas, recolhidas para perícia. A informação da polícia é que só houve confronto entre policiais e criminosos quando os suspeitos deixaram o ônibus e seguiram para sequestrar um carro de passeio, para fugir do local.
“Aguardamos o resultado da perícia para saber como as vítimas foram feridas dentro do ônibus. Ao todo, cinco pessoas ficaram feridas por bala e um homem ferido por coronhadas”, explicou.
FeridosEntre os feridos, está uma mulher em estado grave, que foi baleada no tórax dentro do ônibus. Segundo o coronel, ele conversou com os médicos, que informaram que o tiro teria sido dado de cima para baixo. “Havia sangue no ônibus, a informação é que esta mulher foi atingida dentro do veículo, mas só a perícia dirá da onde partiu o tiro”, disse.
Outra vítima foi um policial militar que estava saindo do trabalho e esperando no ponto de ônibus da Avenida Presidente Vargas, quando foi atingido de raspão na perna. Segundo a PM, ele não participou da ação, nem reagiu. A instituição informou que ele foi atendido e liberado do Hospital Central da Polícia Militar.
Ação foi uma evolução da polícia, diz vice-governador
"A ação foi uma evolução da polícia. A perícia inicial provou que a maioria dos tiros foi dada nos pneus ou próximo aos pneus. Foi uma ação em que o serviço de inteligência da polícia funcionou muito bem", disse o vice-governador Luiz Fernando Pezão, nesta quarta-feira (10).
Perguntado se o episódio poderia ser comparado ao ônibus 174. No dia 12 de junho de 2000, Sandro do Nascimento entrou no ônibus da linha 174 e fez vários reféns. A açao terminou com a morte dele e de uma vítima. Segundo Pezão, "o governador não faz pirotecnia nem fica orientando como a polícia deve se comportar pois confia no seu secretário de Segurança".
"A verdade é que, infelizmente, temos que criras mais casas de custódia e presídios. Cada semana cai um chefe do tráfico. Somente de fugitivos do Morro do Alemão, prendemos 250", falou o vice-governador.
Ele afirmou ainda que este ano o governo está contratando seis mil policiais e ainda pretende contratar mais outros 25 mil. No entanto, ele não deu um prazo.
Perícia indica pelo menos 16 tiros
Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Eboli (ICCE) fazem desde cedo uma perícia no ônibus sequestrado. Segundo os peritos, uma análise inicial indica que vários tiros foram dados de fora para dentro do veículo, na altura dos pneus. Para eles, isso indica a intenção de parar o ônibus.
Pelo menos 16 tiros atingiram o veículo, que está sendo periciado na 6ª DP (Cidade Nova), também no Centro. Nas próximas horas, representantes da empresa de ônibus devem comparecer à delegacia. Segundo a empresa, o motorista do ônibus está de licença pelos próximos três dias. As imagens do circuito interno de TV do veículo, que mostrariam a ação dos criminosos, não foram gravadas.
Testemunhas disseram que os os criminosos não dispararam dentro do veículo.
Motorista desconfiou
O ônibus que liga a Praça XV a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi cercado pela polícia na pista sentido Praça da Bandeira, na altura do Sambódromo. Segundo a polícia, quando o ônibus parou no ponto, os criminosos entraram e pagaram a passagem. O motorista desconfiou e, no ponto seguinte, conseguiu fazer sinal para dois policiais. Em seguida, ele aproveitou para fugir.
Policiais militares do batalhões do Méier, de São Cristóvão e da Praça Tiradentes, do Batalhão de Policiamento de Choque (BPCHQ) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram acionados para o local. Os pneus do ônibus foram furados após duas tentativas de fuga dos criminosos. Policiais armados de fuzis e pistola se posicionaram do outro lado da pista.
De acordo com a delegada Gisele Rosemberg, a maioria dos passageiros disse em depoimento que quatro homens entraram no ônibus e que um deles saltou do veículo com uma refém e depois fugiu. Outro criminoso teria deixado o veículo em seguida. Durante a fuga, o homem ainda roubou um carro e manteve um casal refém até Manguinhos, no subúrbio.
Após uma hora e meia, os dois criminosos que estavam no ônibus se renderam. Mais tarde, a polícia prendeu em flagrante o suspeito que tinha fugido para Manguinhos. Ele foi preso quando recebia atendimento num hospital, em Copacabana, na Zona Sul. A polícia disse que o quarto suspeito do crime já foi identificado e que vai pedir a sua prisão preventiva.
Comparsas
A delegada afirmou, ainda, que haveria outros comparsas num carro que estava em frente ao ônibus. Segundo ela, as vítimas contaram que os criminosos se comunicavam com outras pessoas pelo celular.
De acordo com a delegada, um dos suspeitos presos já possui passagem pela polícia e outro possui um mandado de busca e apreensão. Ele afirmou que todos vão responder pelos crimes de roubo triplamente qualificado, formação de quadrilha e receptação. Com eles, a polícia apreendeu três pistolas - uma delas com numeração raspada - e uma granada.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os feridos são duas passageiras e um homem que estava dentro de um veículo que passava pelo local. Um outro homem foi atingido de raspão na perna e já foi liberado do hospital. Uma mulher que levou um tiro no tórax e está no CTI. Seu estado de saúde é grave.
A outra mulher foi atingida perto da região do glúteo e passa bem. O homem foi baleado no pescoço e está em observação. Onze reféns saíram ilesos na operação.
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