Teleférico do Alemão é cartão de visitas do governo estadual
Imprensa estrangeira participa da última viagem teste do sistema de transporte, que será inaugurado por Dilma Rousseff na quinta-feira
Rafael Lemos

O sistema, inspirado na bem-sucedida experiência de Medellín, na Colômbia, promete finalmente incorporar as 16 favelas da região e seus 120.000 moradores à cidade. Para percorrer as seis estações e os 3,4 quilômetros de extensão do teleférico, serão necessários apenas 16 minutos - trajeto que renderia uma caminhada de, pelo menos, uma hora.
Quem está lá a passeio gostaria que o trajeto fosse mais demorado. Lá de cima, de uma altura que varia de 30 a 142 metros, descortina-se uma paisagem que impressiona por todos os motivos. O trajeto, que o governo estadual e a prefeitura pretendem integrar ao roteiro turístico do Rio de Janeiro, tem momentos de deslumbre diante das belezas locais, como a tradicional Igreja da Penha, e outros de espanto com o gigantismo do imenso bolsão de miséria formado pelas favelas do complexo.
"Agora, os turistas é que virão até a gente. Desde a pacificação, já está aumentando o número de festas e eventos aqui na região. A minha produção já aumentou em cinco vezes", comemora a moradora Ana Paula Gomes, porta-bandeira da Mocidade Independente de Padre e dona de um buffet de doces e salgados para festas.
As obras para a construção do teleférico tiveram início em janeiro de 2009 e terminaram em novembro de 2010, período no qual 2.100 famílias foram removidas e realocadas dentro e fora do Alemão. De lá para cá, os bondinhos têm circulado todos os dias, porém vazios - em fase de testes. No final de dezembro, poucos dias antes do fim de seu mandato, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de inaugurar o teleférico, que consumiu 125 milhões de reais do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Com capacidade para transportar até 30.000 passageiros por dia, o teleférico vai começar atendendo a um décimo desse total, a partir de segunda-feira. Das 152 gôndolas disponíveis, apenas 76 entram em funcionamento nessa primeira etapa. Cada uma delas tem capacidade para transportar 10 passageiros, sendo oito sentados e dois em pé. Uma integração com a rede de trens vai reduzir ainda mais o tempo de deslocamento para o Centro, o que expandirá o horizonte de possibilidades de emprego para os moradores da região.
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