domingo, 31 de outubro de 2010

Prédio e duas casas desabam no Rio, causando 4 mortes

Prédio e duas casas desabam no Rio, causando 4 mortes
"Bombeiros trabalham na busca por sobreviventes "
Um prédio de três andares e duas casas desabaram no início da manhã na Rua Lauro de Araújo, na Cidade Nova, no Rio, deixando quatro pessoas mortas e quinze feridas. Entre Os mortos estão duas crianças, uma mulher em torno de 40 anos, e uma idosa. Ainda não se sabe o motivo do desabamento. A rua atingida fica na região do Sambódromo.
Eram 7h quando os primeiros pedidos de socorro começaram a chegar ao Corpo de Bombeiros Central. Moradores contam que o início do desmoronamento ocorreu no prédio, de estrutura muito antiga, que divide parede com outros imóveis antigos. A maioria dos cerca de 30 moradores das três construções ainda estava dormindo. Alguns saíam para trabalhar.
A avó de uma das vítimas, Thaís de Oliveira, de 7 anos, conta que a parede da casa da família foi destruída por escombros do prédio. 'A parede que ficava no quarto da Thaís era colada no prédio. Ela não conseguiu fugir, porque foi o primeiro local a cair. A minha nora escutou e correu para fora com o meu outro neto, de 4 anos', contou a comerciante Odair dos Santos Silva, de 69 anos. Além de Thaís, morreu Stephany, de 8 anos; Antonia Soares, de aproximadamente 40 anos; e uma idosa de nome Iara Moreira Marques.
Outra moradora da casa, Marilda Aparecida Thomas, de 45 anos, conta que foi acordada pelo barulho e que sentiu um forte cheiro de gás. 'Escutei um barulho e quando vi estava tudo esfumaçado, muita poeira e um cheiro de gás fortíssimo', contou a atendente de restaurante. Segundo vizinhos, o prédio onde teria começado o desmoronamento já dava sinais de fragilidade. 'Este prédio já estava para cair. Era cheio de infiltrações', afirmou Marilda, cuja casa ficava ao lado de um outra que exibia na fachada o ano 1912.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, disse que todas as hipóteses serão investigadas. Segundo ele, várias causas podem ter provocado o desabamento. 'Esta é uma área de residências muito simples e muito antigas. É uma região de ocupação desordenada e as estruturas podem ter sido alteradas. Além disso, pode ter ocorrido algum vazamento de gás e provocado uma explosão. A perícia é que poderá trazer explicações mais detalhadas', disse o comandante.
Os Bombeiros e a Defesa Civil do Rio continuaram a fazer o trabalho de rescaldo nos escombros durante toda a tarde de sábado.
A maioria dos socorridos foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Entre eles, permanece internada uma criança, de 3 anos. Entre as casas atingidas, havia uma oficina mecânica. Dois carros foram retirados dos escombros.
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sábado, 30 de outubro de 2010

Moradores ajudam no resgate de vítimas de prédio que desabou no Rio

Imóvel fica na Cidade Nova, no Centro, e caiu na manhã deste sábado.
Segundo os bombeiros, 4 pessoas morreram e 15 ficaram feridas.

 

Bruno dos Santos, morador da Cidade Nova, foi um dos primeiros a chegar no prédio que desabou na manhã deste sábado (30) no Centro do Rio de Janeiro.
Ele chegou antes mesmo dos bombeiros. "Estava dormindo, acordei com um barulho enorme. Achei que era tiro. Mas quando olhei só vi muita fumaça," lembra.
Presenciou o desabamento? Envie relatos e fotos ao VC no G1.
Ele conta que resgatou duas crianças dos escombros. "Vi as mulheres desesperadas e uma delas desmaiou. Levamos para a ambulância e depois fomos resgatar os filhos dela." Bruno resgatou uma menina, que segundo ele, morreu. Resgatou também outra criança, um menino de 7 ou 8 anos, que ainda segundo ele, sobreviveu.
De acordo com a assessoria de imprensa dos Bombeiros, quatro pessoas morreram no desabamento, e quinze pessoas já foram retiradas dos escombros com ferimentos.
Moradores contaram que escutaram um estalo momentos antes do desabamento. Populares ajudam no resgate das vítimas. Algumas casas próximas ao prédio também desabaram parcialmente. Um cão farejador foi levado ao local para ajudar na busca por mais vítimas nos escombros.
Prédios antigos
Marcelo Soares, 40 anos, que trabalha na rua em que ocorreu o desabamento, chegou ao local minutos após a tragédia. “Cheguei por volta de 7h45 e não vi mais o prédio, estava tudo arriado. Pelo que ouvi de relatos, foi tudo muito rápido, fez um barulho e caiu tudo. Eu não acreditei. Fiquei abalado”, diz.
Apesar de estar há 15 anos trabalhando na rua, Soares conhecia apenas de vista as famílias e crianças que moravam no prédio. “Não tinha aquela intimidade, mas a gente sente pelas famílias de pessoas que perderam a vida. O pessoal está aqui desesperado, e os bombeiros ainda trabalham na retirada dos escombros”, conta o funcionário.
Segundo Soares, o prédio que desabou, assim como outros da rua, era muito antigo. “Era feito de tijolos antigos, aqueles deitados, e era uma construção bem úmida por dentro.”
Hélio Augusto dos Santos, proprietário de outra loja de autopeças na Rua Laura de Araújo, descreve o momento exato do desabamento do imóvel.“Estava chegando para trabalhar e, de repente, por volta das 7h, ouvi um barulho, subiu muita poeira e começou o desespero”.
No local, segundo Santos, moravam mais de dez famílias. “Em cima da oficina havia um cortiço, com muitas famílias, muitas crianças, muita gente humilde. Eram dois andares de moradias, fora os ‘puxadinhos’, ampliações irregulares”, conta.
A região, ainda de acordo com Santos, fica próxima a um mangue, e os frequentes alagamentos teriam contribuído para deteriorar as estruturas do imóvel, já antigas. “Esses prédios já haviam sido desapropriados e deveriam ter sido demolidos, mas o descaso das autoridades levou a esse acidente. É muito triste”, diz.
Vista geral dos escombros do prédio que desabou (Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)
Parede arriada
Um funcionário de uma loja de autopeças na rua em que ocorreu o desabamento, Guaraci Barbosa Silva, 53 anos, passou pelo prédio que desmoronou cerca de dez minutos antes do acidente.
“Passei por lá e a parede da oficina já estava arriada. O dono da oficina, que abriu cedo, estava preocupado, tentando avisar aos moradores do andar de cima que havia o risco de desabamento, e foi o que aconteceu. Só deu tempo de ele sair correndo”, contou ao G1.
Segundo Silva, o desabamento ocorreu pouco antes das 7h. “Depois do que aconteceu, o dono da oficina veio até a nossa loja, tomou um banho e saiu. Não conseguimos conversar porque ele estava muito abalado”. O funcionário trabalha há cerca de cinco anos na Rua Laura de Araújo, onde fica o prédio, mas conta que não conhecia os moradores do prédio. “Só cumprimentávamos os moradores de passagem, mas sabemos que na parte de cima do prédio tinha muita família, muita criança”.
Após o desabamento, de acordo com Silva, o movimento na rua é grande e os moradores comentam um possível risco de desabamento em outros imóveis. “As construções aqui são muito antigas, e as pessoas estão dizendo que muitas casas estão condenadas. Na nossa estrutura, está tudo bem”, afirma.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

sábado, 16 de outubro de 2010

Horário de verão começa hoje à meia-noite para os moradores do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste (Danuza Peixoto)

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

A partir da zero hora de amanhã (virada de sábado para domingo) começa o horário brasileiro de verão 2010. Hoje, quando o relógio apontar meia-noite, os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão adiantar os relógios em uma hora.



Segundo o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ildo Grüdtner, o objetivo da medida é diminuir o consumo e a demanda de energia no país, gerando economia financeira e de recursos naturais.



Ao adiantar o ponteiro do relógio, o Brasil “ganha” mais uma hora de claridade ao final do dia. Assim, aproveita melhor a luz natural no período de suprimento mais crítico do dia (das 18h às 21h), quando as pessoas voltam para casa, tomam banho, e a iluminação pública é ativada.





Quanto vale a economia feita com o horário de verão?



Participam do ajuste do horário moradores de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.



O horário de verão deve gerar uma economia de pelo menos R$ 80 milhões para o país, sem contar os recursos que deixarão de ser investidos na capacidade de geração de energia. No período, a redução da demanda evitará investimentos em termos de capacidade de cerca de R$ 2 bilhões, segundo informações do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.



O horário de verão se estenderá até o dia 20 de fevereiro de 2011. Segundo Hermes Chipp, no período, o horário de maior consumo de energia passará das 18h às 21h para das 19h às 22h.



Com mais uma hora de luz natural, a expectativa é que a demanda por eletricidade caia entre 4,6% e 5% nos horários de pico. "Com maior luminosidade, o cidadão aproveita melhor o dia", completou Chipp.



Fuso

Com as mudanças trazidas pelo ajuste no relógio, o Brasil continental passará a ter três fusos horários. O primeiro é compreendido pelas unidades da federação do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e Sudeste (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), mais Goiás e Distrito Federal.



Com uma hora a menos, aparecem o Nordeste (Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão), além do Tocantins, Pará, Amapá, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Com duas horas a menos em relação à Brasília, estão Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia.



Eleição

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o horário de verão não deve influenciar na divulgação dos resultados do segundo turno das eleições.



Apenas os institutos de pesquisa, a exemplo do que ocorreu no primeiro turno, deverão aguardar o início da apuração em cada Estado – de acordo com o fuso local – para começar a divulgar pesquisas de boca de urna.



Diferentemente do que ocorreu em eleições passadas, quando o horário de verão foi adiado para depois do pleito, a medida começará a vigorar este ano na data prevista - hoje à meia-noite - porque as urnas eletrônicas já estão programadas para fazer a adaptação automaticamente.



* Com informações da Agência Brasil

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fuga de bandidos em túnel do Rio assusta motoristas (Danuza Peixoto)

DO RIO



A fuga de bandidos no túnel Santa Bárbara, que liga o centro à zona sul do Rio, deixou motoristas apavorados na noite desta sexta-feira (15).



Segundo informações do 5º Batalhão (Praça da Harmonia), os ladrões deixaram um Nissan Tida preto roubado na pista sentido centro, após perceber uma blitz da Polícia Militar na saída túnel por volta das 21h. Eles pularam para a pista sentido zona sul, roubaram uma Pajero e fugiram pelo túnel.



Policiais do 5º Batalhão informaram ao 2º sobre a ação dos criminosos armados. Carros da PM bloquearam a via na tentativa de deter os bandidos, que conseguiram fugir. A ação da polícia parou o trânsito no local.



De acordo com a CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) , o trânsito na rua Pinheiro Machado, que dá acesso ao túnel Santa Bárbara, estava lento por volta das 23h. O caso foi encaminhado para 6ª DP (Cidade Nova).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Morro dos Macacos: 'esperávamos um gorila e encontramos um miquinho'

CAVEIRAS TIRAM ONDA


O Bope entrou no Morro dos Macacos, na manhã desta sexta-feira / Foto de Fernando Torres

Quando 120 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram pela Rua Visconde Santa Isabel, na manhã desta sexta-feira, a expectativa era encontrar resistência, na incursão para ocupar o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro. A unidade tinha informações apontando que os traficantes não iriam entregar, facilmente, a comunidade para a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Mas o cenário encontrado foi de tranquilidade. Não houve sequer um tiro disparado. Os bandidos fugiram para outras favelas dominadas pela mesma facção e deixaram seu território livre.
Acostumados a enfrentar situações de confronto direto e intenso, os caveiras estranharam a ausência de disparos e aproveitaram para fazer piada com essa falta de hostilidade.
- Entramos no Macacos esperando um gorila e achamos um miquinho. Nas ocupações de todas as UPPs, não houve grandes confrontos, mas, aqui, recebemos informações de uma tal reação. Mais uma vez, os traficantes correram do Bope - desafiou o cabo Adriano Souza Santos, integrante da equipe tática comandada pelo sargento Ângelo Amorim.
De acordo como o planejamento do comandante do Bope, tenente coronel Paulo Henrique Moraes, a UPP do Morro dos Macacos deve ser inaugurada em 40 dias.

sábado, 9 de outubro de 2010

Gabeira: ‘O mais provável é que Marina fique neutra’


  Fábio Pozzebom/ABrO PV marcou para o dia 17 convenção para deliberar sobre o rumo ser adotado no segundo turno da eleição presidencial. Em entrevista ao blog, Fernando Gabeira disse: “O mais provável é que Marina Silva fique neutra”.

Quanto ao partido, Gabeira diz que há uma divisão. A ala que defende o apoio a José Serra, segundo ele, prevalece sobre o grupo que prefere Dilma Rousseff. Diante desse quadro, Gabeira defende:

“Se a Marina tende à neutralidade, o partido deveria seguir esse caminho, liberando os seus militantes para apoiar quem quiser”. Apoiado pelo PSDB na derrotada campanha ao governo do Rio, o deputado diz que vai de Serra.

Abaixo, a entrevista:


- O que o PV deve fazer para extrair dividendos do capital eleitoral amealhado por Marina Silva? Primeiro, não pode haver divergência entre os caminhos do partido e da Marina. Se a Marina tende à neutralidade, o partido deveria seguir esse caminho, liberando os seus militantes para apoiar quem quiser.
- Como isso seria feito na prática? Já tivemos inúmeras situações de segundo turno. Construímos um código. Fica proibido usar os símbolos do partido. Em conversa com a Marina, eu acrescentei outro quesito: para manter coerência com a campanha dela, seria interessante que os que forem para o lado do Serra e da Dilma não demonizem o adversário.
- Crê, então, que Marina tende à neutralidade? Creio que sim, até em respeito às circunstâncias. Uma pessoa que teve 20 milhões de votos, olha em torno de si e vê o partido dividido, pensa: se aqui há divergência, imagine entre os eleitores.
- Acha que, optando por um dos candidatos, Marina se indisporia com um pedaço do eleitorado dela? Exatamente. Corre-se o risco de perder um espaço que ela já conquistou e que é diferente do espaço do Serra e da Dilma.
- Então, seria aconselhável a neutralidade? Não diria aconselhável. Diria que o mais provável é que a Marina fique neutra. Evito a expressão aconselhável porque, na conversa que tive com ela, disse que não utilizaria nenhum argumento pró ou contra qualquer posição. Creio que a própria Marina fez uma declaração definitiva: ninguém comanda ninguém. Marina disse: os votos não são meus, são dos eleitores.  
- E quanto à sua posição pessoal? Falei para a Marina o que tenho falado em público. O PSDB me apoiou no Rio. Minha decisão era de apoiá-los caso a Marina não fosse ao segundo turno. Eu quero honrar a palavra empenhada.
- Como fará caso o PV opte pelo apoio a Dilma? Essa hipótese é muito improvável. A hipótese de apoio ao Serra é mais provável.
- Em que se baseia sua conclusão? Eu me baseio no conhecimento das posições da maioria da própria Executiva do partido.
- A despeito disso, aposta na neutralidade. Por quê? Se o partido for sábio, vai tomar uma decisão em conjunto com a Marina. É preciso que o partido dê o máximo de conforto para ela e para as pessos que tem posições divergentes.
- Acha que o partido deve ter a mesma posição de Marina? Não quero dizer que deva ter necessariamente a mesma posição. Eu, por exemplo, não iria com ela se ela apoiasse a Dilma. Mas acho possível buscar uma convergência e sair dessa situação preservando o capital político obtido na eleição.
- Uma parte da legenda parece interessada em cargos, não? A preocupação com cargos jamais vai se expressar de forma politicamente articulada. Um ou outro indivíduo poderá fazer um jogo particular de buscar cargo. Mas tenho a impressão de que o partido vai seguir na trilha de se fortalecer pelo debate programático.
- A que se deve o ruído que opõe cargos e programa? Noticiou-se que o Serra teria oferecido quatro ministérios ao PV. O Serra já negou isso. Na verdade, houve um conflito em torno de uma falsa notícia.
- Acredita que Marina vai disputar a Presidência em 2014? Não tenho dúvida disso. Ela abriu uma perspectiva e vai explorá-la no futuro. Estará mais experiente e mais conhecida.
- Numa nova disputa, o PV fará alianças com outros partidos? O PT já passou por esse dilema: faz ou não faz coligação? Somos ou não somos puros?
- O PV já ultrapassou essa fase, não? É aliado do PSDB em Minas e São Paulo. É verdade. Mas, do ponto de vista nacional, para manter a pespectiva de terceira via representada pela Marina, pode emegir a pergunta: Coligar-se ou não?
- Não seria essa a única maneira de obter mais tempo de TV? Sim, mas é preciso considerar que os espaços já estão definidos. Tem, de um lado o PT e seus aliados. Do outro, o PSDB. A Marina vai ter que ver como essa correlação de forças vai se apresentar no futuro. Há o problema do espaço na TV. Mas a equidistância em relação às forças já existentes abriu caminhos numa ala do eleitorado.
- De onde acha que vieram os 20 milhões de votos de Marina? Primeiro, vieram de pessoas preocupadas com a questão ambiental. Essa preocupação cresceu muito nos últimos anos. Outra parte veio de pessoas que tem um distanciamento ético da política tradicional feita por PSDB e PT. São eleitores que procuram a renovação. Houve também o componente evangélico. As mulheres evangélicas, sobretudo, se identificaram muito com a Marina.
- Acha que pesou o debate que vincula Dilma à defesa do aborto? Não tenho elementos para dizer. Nessa matéria, creio que está todo mundo chutando. Deve-se levar em conta que a Marina defendeu o plebiscito. Não é uma tese que agrade esse eleitorado. Ao contrário. No entanto, isso não indispôs esse eleitor com a Marina. Essa questão é tão desimportante entre nós que eu tenho uma posição e ela tem outra. A despeito disso, ela é minha candidata à Presidência. Não senti essa questão da maneira que as pessoas estão apresentando.
- Os casos da Receita e da Casa Civil adensaram a votação da Marina? Em todas as situações clássicas da política, quando há um confronto ético muito grande entre dois candidatos, um candidato acusando o outro, um tercius sempre leva vantagem.
- Esse voto não pode ser momentâneo? Creio que o PV deve aproveitar esse momento. Convém evitar a euforia e reconhecer as limitações.
- Como assim? É preciso ter humildade para reconhecer que a candidatura da Marina foi impulsionada por um conjunto de fatores. O mais importante é a capacidade, a figura dela. Devemos reconhecer, humildemente, que nem todos os que votaram nela vão seguir a orientação do PV no segundo turno.
- Como fazer para que o PV dê um salto? O partido pode dar esse salto se souber reconhecer suas limitações e se seguir a linha que a Marina está propondo, de privilegiar o programa em detrimento dos cargos.

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Escrito por Josias de Souza às 06h35

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Polícia prende 5 suspeitos de integrar grupo de milicianos na zona oeste do Rio

Pelo menos cinco suspeitos foram presos na manhã desta sexta-feira em uma operação da Polícia Civil para desarticular um grupo de milicianos em Pedra de Guaratiba, zona oeste do Rio. Segundo a corporação, a ação tem como objetivo cumprir dez mandados de prisão e 18 de busca e apreensão.
A Polícia Civil informou que entre os presos, está um policial civil e entre os procurados há dois policiais militares e um soldado do Exército. Não há informações de troca de tiros e feridos.
Participam da operação homens da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), da Drae (Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos), da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas), da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde Pública, da Dcav (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima) e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais).


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/811782-policia-prende-5-suspeitos-de-integrar-grupo-de-milicianos-na-zona-oeste-do-rio.shtml