segunda-feira, 26 de julho de 2010

Advogado de atropelador de filho de Cissa diz que PMs impediram registro de ocorrência (DanuzaPeixoto)

Daniel MIlazzo

Especial para o UOL Notícias

No Rio de Janeiro

O advogado de Rafael Bussamra, que atropelou e matou o filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, na madrugada de terça (20), afirmou hoje que seu cliente foi vítima de má conduta policial no episódio. Rafael prestou depoimento nesta manhã na 15ª DP (Gávea, zona sul carioca).



Pedida prisão preventiva de PMs acusados de extorsão

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Segundo o defensor, Spencer Levy, na madrugada do atropelamento Rafael Bussamra queria prestar socorro à vítima, mas foi abordado por dois policiais militares que o levaram à delegacia, impedindo que o socorro fosse fornecido.



Em seu depoimento, Rafael disse que foi levado até a delegacia na Gávea, onde chamaram seu pai e impediram que o rapaz registrasse um boletim de ocorrência. Enquanto esperavam, os policiais colocaram o rapaz em um carro da PM, que deu voltas pelo Jardim Botânico. O "passeio" foi flagrado por uma câmera de segurança.



Mais tarde, retornou à delegacia, onde os policiais disseram que o filho da atriz estava bem e havia sido socorrido, após ter sido encaminhado ao hospital fora de risco. Rafael Mascarenhas chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao final do procedimento médico. A causa da morte foi hemorragia interna e politraumatismo. O corpo foi cremado na quinta-feira (22).



Ainda no depoimento, Rafael Bussamra disse à polícia que os dois PMs falavam com um terceiro pelo rádio. Depois, ameaçaram "destruir" a vida dele se não pagasse uma quantia de R$ 10 mil. Desse valor, ele pagou R$ 1.000 e já tinha em mãos outros R$ 6.000 quando, na tarde seguinte, soube que a vítima era filho da atriz. Nesse momento, segundo o advogado, Rafael recusou-se a prosseguir com o pagamento da propina.



O advogado negou ainda que Rafael estivesse fazendo um "racha" e disse que o túnel não possuía sinalização de interdição. Para ele, somente o resultado da perícia, que não está pronto, poderá comprovar que o veículo dirigido estava a mais de 100 km/h no túnel.



Segundo o advogado, a família de Bussamra está com medo e não passou o final de semana na cidade. “Quando denuncia policiais, obviamente que não vai ficar tranquilo sobre sua própria vida”, disse.



Hoje, a Corregedoria Geral da Polícia Militar pediu a prisão preventiva por 30 dias do cabo Marcelo Bigon e do sargento Marcelo Leal à juíza da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar do Rio de Janeiro. Ambos são suspeitos de tentar extorquir a família de Rafael.

sábado, 24 de julho de 2010

Após temporada no Rio, musical da Broadway "Gypsy" estreia em SP (Danuza Peixoto)


Direção: Charles Möeller. Duração: 180 minutos. Não recomendado para menores de 10 anos.
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações
Milena Emilião
O que uma mãe é capaz de fazer para transformar o filho em um artista? No musical "Gypsy" --que estreou na sexta-feira (23), no Teatro Alfa (zona sul de São Paulo), a personagem de Totia Meireles, Mama Rose, escancara a falta de limites de uma matriarca ambiciosa. Gypsy Rose Lee (nascida Rose Louise) foi a stripper mais bem paga de sua época --uma Dita von Teese dos anos 1960. Antes disso, entretanto, era a filha feia e desprezada.
Christian von Ameln/Folhapress
A atriz Adriana Garambone (esq.) é a stripper Gypsy, filha de MamaRose (Totia Meireles, à dir.), no musical que estreia em SP
Atriz Adriana Garambone (esq.) é a stripper Gypsy, filha de Mama Rose (Totia Meireles, à dir.), no musical que estreia em São Paulo
O clássico, que já ganhou cinco montagens e está em cartaz na Broadway desde 1959, chega à cidade pelas mãos de Charles Möeller e Claudio Botelho --dos musicais "O Despertar da Primavera" (em cartaz no shopping Frei Caneca) e "A Noviça Rebelde", entre outros.
A história, ao contrário do que indica o título, é centrada na mãe de Gypsy, Mama Rose. Cruel e controversa, ela é uma mulher que não mede as consequências para ter filhas famosas. Rose deposita suas esperanças na caçula, a loira e bela June (Renata Ricci), que logo foge de sua "proteção".
Resta à mãe tentar transformar seu "patinho feio", a filha Louise (Adriana Garambone), que logo se revela mais que uma atriz do vaudevile, tornando-se a musa do burlesco.
"Apesar de soar erótico, era tudo muito inocente, afinal, a história tem 50 anos", explica Möeller. "A Gypsy foi muito mais esperta do que uma mulher que só tira a roupa." Para ele, no entanto, esta é uma história sobre "losers" (perdedores): "Mostra como a vida é cruel. Sem "american dream'", afirma.
Com 14 crianças no elenco, o diretor diz que convive o tempo todo com mães que lembram Mama Rose. "Ainda precisamos falar sobre isso porque parece que elas não entenderam o que queremos dizer", acredita.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Cidade no Rio vira alvo de caçadores de meteorito (Danuza Peixoto)

São Paulo - A pequena cidade de Varre-Sai, a 375 quilômetros do Rio, tornou-se destino de um tipo diferente de turistas - os caçadores de meteoritos. Eles estão à procura de fragmentos de um objeto que caiu no município há um mês. Há duas semanas, um casal de bolivianos foi preso, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com três pedaços do meteorito. O prefeito Everardo Ferreira (PP) oferece bicicletas de recompensa aos estudantes que recuperarem partes da pedra.



"Queremos incentivar os alunos para que estudem a região, vivenciem esse achado tão importante para a cidade. Queremos também que o meteorito fique em Varre-Sai", afirmou Ferreira, que pretende criar um museu astronômico como forma de fomentar o turismo na região.





Varre-Sai entrou para a rota do comércio de meteoritos na noite de 19 de junho, quando o agricultor Germano da Silva Oliveira, de 62 anos, viu um rastro vermelho no céu e uma explosão. No dia seguinte, ele caminhou até um campo de plantação de mandioca e encontrou uma pedra acinzentada, com 600 gramas e 12 centímetros. Levou para professores de uma escola municipal. Deu sorte. A professora Filomena Ridolphi, cadastrada na Olimpíada Brasileira de Astronomia, reconheceu a relevância do material.





O físico Marcelo de Oliveira Souza, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense e coordenador do Clube de Astronomia Louis Cruls, explica que há poucos registros de quedas de meteoro. "O resgate é mais raro ainda. Os relatos de Oliveira são importantíssimos para entendermos a trajetória, como chegou à atmosfera. Cada meteorito pode trazer informações novas sobre a formação do Sistema Solar. Ficou milhões de anos vagando pelo universo", afirma. Estima-se que haja um pedaço gigante, de cerca de 20 quilos. O último registro de meteoro a cair no Rio com posterior resgate é de 1869. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.